sábado, 17 de julio de 2010

MARANHAO- 1937, no lugar Riozinho “houve pauladas e facadas”

A CIDADE NA FESTA, A FESTA NA CIDADE:

Negociações e tensões nos festejos juninos na São Luís da primeira metade do século XX•
Antonio Evaldo Almeida Barros••

39 PCT (25/6/1902, p. 1, grifos do autor). Em 1937, no lugar Riozinho (interior da ilha), o bumba-meu-boi Lindo Amor, da Quinta (subúrbio), enfrentou-se com um bumba do Sitio Apicum (interior da ilha), “e o tempo fechou”, “houve pauladas e facadas”, tendo um dos brincantes saído seriamente ferido. A polícia teria aberto inquérito para apurar o caso. (DNT, 27/6/1937, p. 4) Em 1940, no dia consagrado a São Pedro, brincantes do bumba-meu-boi Conhecido “perturbaram a ordem, tendo havido muitas caçambadas e derramamento de sangue”. Mais de quinze brincantes teriam se envolvido na “pororoca”. Alguns, feridos a facas ou cacetes, tiveram que ser submetidos a exame de corpo de delito e medicados no Pronto Socorro. A licença do bumba-boi foi cassada e a polícia abriu inquérito para apurar o caso. (DNT, 30/6/1940, p. 5). No Maranhão, desde as primeiras notícias sobre os bumbas há referências à aliança fundamental entre trova e capoeira nessas organizações festivas.
http://www.anpuhsp.org.br/downloads/CD%20XIX/PDF/Autores%20e%20Artigos/Antonio%20Evaldo%20Almeida%20Barros.pdf

1947-MARANHAO- Zé Igarapé conhecido capoeirista e trovador

FOTO: José Anastácio da Silva - o Zé Igarapé.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS 
PROGRAMA MULTIDISCIPLINAR DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS ÉTNICOS E AFRICANOS.
ANTONIO EVALDO ALMEIDA BARROS

O PANTHEON ENCANTADO
Culturas e Heranças Étnicas na Formação de Identidade Maranhense (1937-65)

SALVADOR 2007

.................Um dos cantadores mais famosos do Maranhão da primeira metade do século XX era Zé Igarapé. Ele foi amo do boi da Madre Deus de 1908 a 1939........................................................................

Zé Igarapé, em 1947, também cantava “te arreda da frente, deixa meu povo passar, que esse ano eu te faço, tu me arrespeitar”. De fato, ele era conhecido por ser bom “na trova e na capoeira” (OGB, 25/6/1947). Segundo informa o amo M. V. Passos, durante o período em que foi cantador do boi da Madre Deus, Zé Igarapé foi acusado pela polícia de ter matado o miolo de um boi. “Nós se encontremos com o boi de Cururupu. Cegaram meu irmão, morreu cego, jogaram uma pedrada, vazou o olho. Foi que Zé Igarapé deu uma cacetada no rapaz que desapareceu do mapa”. Então, “a polícia andou cercando Zé Igarapé mais de mês. É porque teve aquela morte e só botavam o nome dele”. (MARANHÃO, 1997, p. 79-83)
http://www.posafro.ufba.br/_ARQ/dissertacao_antonio_barros.pdf