jueves, 31 de diciembre de 2009

1887-BRASIL-Capoeiragem en la "Gazette de Hollande"


Artículo:
Gazeta de Holanda
Texto-Fonte: Obra Completa de Machado de Assis, Edições Jackson, Rio de Janeiro, 1937.
Publicado originalmente na Gazeta de Noticias, Rio de Janeiro, de 01/11/1886 a 24/02/1888.
1.° DE AGOSTO DE 1887.
Voilà ce que l'on dit de moi
Dans la “Gazette de Hollande”.
Anda agora toda a imprensa,

Ou quase toda, cuidando
De alcançar que, sem detença,
Acabe um vício nefando.
Na brasileira linguagem,
Essa nacional usança
Chama-se capoeiragem;É uma espécie de dança,
Obrigada a cabeçadas,
Rasteiras e desafios,
Facadas e punhaladas,
Tudo o que desperte os brios.
Há formados dois partidos,
Dizem, cada qual mais forte,
De tais rancores nutridos,
Que o melhor desforço é morte........(Continúa)

1888-cabralzinho LUCHA con Mao-de -Seda




A política da capoeiragem: a história social da capoeira e do boi-bumbá no ...‎ - Página 128Luiz Augusto Pinheiro Leal - 2008 - 235 páginas
... adiante.208 Outro episódio vivido por Cabralzinho foi seu confronto com o capanga Mão-de-Seda, em 1888. Raimundo Proença conta que: "Certa vez

ARTÍCULO:

.................Os soldados franceses obedeceram. O estampido de vinte e um tiros corta os ares em direção do heróico brasileiro. Cabral só tem tempo de rapidamente jogar-se ao solo, enquanto as balas passavam sobre a sua cabeça, indo cravar-se nas paredes da casa.Lunier saca do revólver e tenta apontá-lo em direção de Cabral, que com extrema agilidade se lança sobre o oficial francês, aplicando-lhe o que na gíria brasileira se chama de "capoeira" e projeta-o ao solo. Sem tempo para oferecer reação o francês cai. Cabral arrebata-lhe o revólver das mãos.Levanta-se Lunier e ordena pela segunda vez: - fogo!Novos tiros ecoam. Cabral novamente se abaixa e as balas não o atingem. A essa altura numerosos brasileiros surgem, a fim de socorrer o agredido. Alguns vêm armados, outros sem armas, impedidos pela solidariedade humana.Cabralzinho, com o próprio revólver do oficial francês, abate-o quase à queima roupa. Cai por terra o oficial mortalmente ferido, o sangue a ensopar-lhe o uniforme multicor. Logo a seguir um tenente francês avança sobre Cabral com o intuito de vingar a morte do capitão. Tem igual sorte. Cabral dispara contra o atacante. Cai por terra o tenente, sem condições para reagir, já nos estertores da morte...........................................................................................Veiga Cabral é reconhecido pelo governo brasileiro como herói nacional, concedendo-lhe o presidente da República o título de "general honorário"do Exército Brasileiro.

rodas de "tiriri" (espécie de capoeira)



O menino do São Benedito, e outras crônicas‎ - Página 262Luís Nassif - 2001 - 452 páginas
... juntava suas latas de graxa para rodas de "tiriri" (espécie de capoeira) ... a rádio Tupi criou o concurso "À procura de um astro", para conseguir um ...

Tinteiros e Bagadus - Porto alegre 1837


Porto Alegre e suas escritas: história e memórias da cidade‎ - Página 192Charles Monteiro - 2006 - 550 páginas
... chamada "Tinteiros e Bagadús", Aquiles lembra que nem sempre reinava a harmonia no espaço urbano e descreve os confrontos dominicais dessas duas turmas

OTRA FUENTE:

República Rio-Grandense: realidade e utopia‎ - Página 122 , p. ... jornal de Porto Alegre, 30 dez. 1837, p. 3. a PORTO ALEGRE, Apolinário.

miércoles, 30 de diciembre de 2009

1933- BRASIL-Idea de crear una LUCHA NACIONAL organizada



FUENTE: VALE-TUDO -
Vista rápidaVALE-TUDO. General Réf. HORÁCIO DOS SANTOS. Quando instrutor de Ataque e Defesa na E. E. F.. E., lembrei-me de criar uma luta de caráter nacional ...

Tte. Valdemar habla del Jiu-Jitsu 1937 (Escuela de Educaçao Física do Exercito)


Nota del pesquisador :El tte. Valdemar (1937) Habla del Jiu Jitsu Y DEFENSA PERSONAL en la Escuela de Educación Física del Ejército.En 1937 publica, junto con A. Latorre de Faría el métod eclético de Defensa Personal.
fuente:A DEFESA PESSOAL
otra fuente: http://cap-dep.blogspot.com/2009/09/capoeira-e-o-estado-novo-70-anos-dere.html

martes, 29 de diciembre de 2009

ENTRE O BATUQUE E A NAVALHA

ENTRE O BATUQUE E A NAVALHA
Fábio Oliveira Pavão

Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Curso de Pós-Graduação em Sociologia Urbana

Rio de Janeiro, Junho de 2004
Segundo Franco, os ambientes de lazer são propícios para reacender antigas disputas ou deflagrar antagonismos, quando se descobre o vivo espírito de provocações que está na base do divertimento. Uma das formas mais comuns de expressões lúdicas é o "desafio", onde a passagem para uma situação de agressão é rápida e contínua. Nele "amigos metamorfoseiam-se em inimigos no curso de brincadeiras que, insensivelmente, derivam para desavenças, constituindo umas e outras quase que formas polares de expressão do mesmo tipo de relações". O "desafio" que aparece nas situações lúdicas, nos centros de sociabilidade das classes pobres, forma um elo de ligação entre diversão e agressão. Nessas classes, na interpretação de Franco, os temas de recreação estariam baseados principalmente no confronto entre personalidades que se medem (1974: 38,39 e 40).
Esses confrontos aparecem, por exemplo, quando analisamos as famosas rodas de batuqueiro, como Candeia Filho (1978) nos mostra:
O samba-duro é um tipo de samba partido alto. Caracteriza-se pela violência em suas apresentações. Formavam-se círculos com o ritmo marcado pela palma da mão. O mais importante não era o samba de partido alto cantado, mas sim, a ginga do malandro, a rasteira ou pernada surgida da brincadeira. O samba-duro também chamado de roda de "batuqueiros", existia na Balança (Praça Onze), nas festas da Penha (1978:57).
..................................Santos já mostrara que na praça XI não se fazia apenas sambas, todos também tinham que provar que eram valentes (1998: 125). Ari Araújo, por sua vez, apresentou um pouco do que acontecia nas antigas disputas entre batuqueiros:
"O ponto de honra era não cair. Era tornar-se conhecido como perna santa, ou seja, aquele a quem ninguém consegue derrubar venha como vier: de banda de frente, banda jogada, banda de lado, etc." (1978:27).
http://www.academiadosamba.com.br/monografias/fabiopavao-1.pdf

jueves, 24 de diciembre de 2009

O DÂNDI E O MARGINAL EM A ALMA ENCANTADORA DAS RUAS

O DÂNDI E O MARGINAL EM A ALMA ENCANTADORA DAS RUAS – A BELLE ÉPOQUE CARIOCA DE JOÃO DO RIO
FRANCÍLIO BENÍCIO SANTOS DE MORAES TRINDADE
TERESINA - PI
2006

Dudu explica a respeito da arte de jogar capoeira, que é o mesmo que jogar mandiga. Capoeiragem tem religião, cita os nomes de alguns valentes, como João da Sé, Tito da Praia,
Chico Bolivar, Marinho da Silva, Manuel Piquira, Ludgero da Praia, Manuel Tolo Moisés,
Mariano da Piedade, Cândido Baianinho, como em um transe místico conceitua a arte, capoeiragem é uma arte, cada movimento tem um nome e um fundamento tal qual outra arte,
demonstra para o jornalista: “Eu agacho, prendo V. S. pelas pernas e viro: - V. S. virou balão e eu entrei de baixo. Se eu cair virei boi. Se eu lançar uma tesoura eu sou um porco, porque tesoura não se usa mais. Mas posso arrancar-lhe uma tarrafa mestra” (RIO, 1951, p. 113), explica que tarrafa é um tipo de rasteira, há vários tipos de rasteiras, a banda e a meia lua. Naquele ambiente que há dança, álcool, fantasia, parati e alegria, todavia não há o que comer diante do menino Jesus, Dudu ri dá sorte “Um quilo de carne // Para tanta gente!” (RIO, 1951, p. 114), o cronista se vai na certeza de que a crença popular supera algumas adversidades como a fome.
http://www.ufpi.br/mestletras/arquivos/file/dissertacao_francilio.pdf

sábado, 19 de diciembre de 2009

Samba,Pernada,Batuque y Capoeira

UNESCOM - Congresso Multidisciplinar de Comunicação para o Desenvolvimento Regional
São Bernardo do Campo - SP . Brasil - 9 a 11 de outubro de 2006 - Universidade Metodista de São Paulo.1
Fundamentos da Cultura Musical no Brasil e a Folkcomunicação.
Dra. Nícia Ribas D.ÁVILA1- Unimar-Marília (SP)

George Wilhelm Freyreiss, naturalista alemão que faleceu no sul da Bahia, descreveu uma viagem que fez a Minas Gerais em 1814 -1815 em companhia do barão de Eschwege. Assistiu e registrou um batuque 5, dizendo:
Os dançadores formam roda e ao compasso de uma guitarra (viola), move-se o dançador no centro, avança, e bate com a barriga na barriga de outro da roda (do outro sexo). No começo o compasso é lento, depois pouco a pouco aumenta e o dançador do centro é substituído cada vez que dá uma umbigada. Assim passam a noite inteira. Não se pode imaginar uma dança mais lasciva do que esta. Razão pela qual tinha muitos inimigos, principalmente os padres.

Grande batuqueiro da época foi Tibúrcio José de Santana, (década de 50, em Jaguaripe) quando, em entrevista, confirmou o nome de batuqueiros famosos com os quais conviveu e lutou 6 : Lúcio Grande (Nazaré das Farinhas), Pedro Gustavo de Brito, Gregório Tapera, Francisco Chiquetada, Luís Cândido Machado (pai de Bimba), Zeca de Sinhá Purcina, Manoel Afonso (de Aratuípe), Mansú Pereira , Pedro Fortunato , Militão, AntônioMiliano, Eusébio de Tapiquará (escravo da família Abdom em Jaguaripe). Segundo Édison Carneiro 7, ...a competição mobilizava um par de jogadores de cada vez. Havia golpes como a encruzilhada em que o atacante atirava as duas pernas contra as pernas do adversário, a coxa lisa, em que o jogador golpeava coxa contra coxa, acrescentando ao golpe uma raspa, o baú, quando as coxas do atacante davam um forte solavanco nas do adversário, bem de frente.
No século XVIII, constituído de instrumentos de percussão (membranofones, idiofones), o Batuque surgiu com esta designação, em conseqüência da homologação entre os atos do .bater., verificados, tanto na forma primitiva do candomblé - o batucajé na Bahia, dança religiosa de negros ( onde os atabaques marcam o ritmo para o contato com as divindades) 8, quanto numa modalidade de capoeira, o famoso batuque-boi ou pernada (ou batuque), luta popular de origem africana muito praticada nos municípios de Cachoeira, Santo Amaro e Salvador, acompanhada de pandeiro, ganzá, berimbau ( o único cordofone + idiofone, como exceção), e cantigas. É de procedência banto como a capoeira....................... Segundo João Mina, grande batuqueiro e capoeirista baiano que se mudou para o Rio de Janeiro: .o Batuque era praticado por negro macumbeiro, bom de santo, bom de garganta e principalmente bom de perna para tirar o outro da roda. 10. Todos os dias no Morro da Favela (onde nasceu o samba, no Rio) havia Batuque, pernadas, pessoas caídas no chão até que surgisse a polícia. Na chegada dela, o batuque rapidamente virava meio dança lenta, meio ritual. As mulheres dos batuqueiros, para disfarçar, entravam na roda (tal qual a gira dos candomblés) e, num batuque mais lento, mole, com remelexos, trejeitos sensuais e umbigadas (= semba, em Loanda) no sexo oposto, - sendo estas consideradas o ponto culminante da dança -, demonstravam estar se divertindo. Segundo Elias Alexandre da Silva Correia 11, .o batuque é uma dança indecente que finaliza com umbigadas..
Conforme citação de M. de Araújo, os fazendeiros que também viam no Batuque uma dança
ritual da procriação, .fingiam que não viam pois tinham grande interesse em aumentar o
número de escravos. 12 .
Assim nasceu o samba-de-roda na Bahia. Mistura de um batuque com as mulheres das rodas dos candomblés , com outro batuque representado pelos homens das capoeiras. É em virtude desta fusão que, ainda nos dias atuais, verificamos ser o samba-de-roda a única modalidade de samba em que a presença do berimbau se faz notar e é tocado, tradicionalmente, quando há mulheres presentes na roda. Quando a polícia se retirava, recomeçava o batuque bravo quando caprichavam na capoeiragem, com pernadas violentas, soltando .baús., .dourado., .encruzilhada., .rabo-de-arraia., que tiravam os conflitantes da roda. Corte difícil de defender para um batuqueiro era o da .tiririca. com o seguinte canto puxado pelo mestre: .tiririca é faca de cortar / quem não pode não intima /deixa quem pode intimá.. Um pé ficava no chão e o outro com violência, no pé do ouvido do adversário. Em conseqüência da tiririca = faca , surgiu no samba-de-roda o raspado de pratoe .faca., do modo dos reco-recos raspados nas batucadas.
http://encipecom.metodista.br/mediawiki/images/3/34/GT2-_FOLKCOM-_04-_Fundamentos_da_Cultura_Musical_-_Nicia.pdf

TIRIRICA DE SAO PAULO

Texto a ser apresentado no VIII Encontro Regional Sudeste de História Oral.
Simpósio - Historia Oral: Teoria e Metodologia
SANTOS, André Augusto de Oliveira, Unicamp, estudante de graduação, Fapesp, Reflexões sobre o uso da metodologia da história oral em um trabalho de Iniciação Científica.
Reflexões sobre o uso da metodologia da história oral em um trabalho de Iniciação Científica.
A tiririca
A prática do jogo da tiririca foi muito comum ao longo da primeira metade do século XX, na cidade de São Paulo. O nome do jogo tem origem em um mato rasteiro, muito comum em todo o mundo, de difícil controle, que se espalha rapidamente e corta o corpo das pessoas que ralam em cima dele, conhecido popularmente como tiririca.
Acontece que o jogo dos engraxates também possui as mesmas características do mato. Como me explicou Toniquinho Batuqueiro, tendo que ir ao chão para aplicar os golpes ou mesmo em decorrência das quedas, os praticantes do jogo estavam, ao final, todos ralados, donde se dizia que estavam na tiririca. Além disso, a prática do jogo também se espalhou rapidamente pela cidade de São Paulo e seu controle, por parte dos policiais, era muito difícil, desmontando uma roda aqui e outra surgindo logo ali ou, no dia seguinte, no mesmo lugar.
O jogo da tiririca é, por mim definido, como uma roda de sambistas, onde toca-se o ritmo do samba em qualquer instrumento disponível no momento – como caixas de engraxate, tampinhas de latas ou latões de lixo -, ou mesmo só sob o ritmo das palmas dos participantes que, em coro, entoam refrões que remetem às pernadas do jogo. Dentro da roda, dois sambistas de cada vez, sambando, tentam derrubar um ao outro com golpes de perna, sendo o principal deles a banda. Tendo caído um dos participantes, nova dupla entra na roda ou surge um novo desafiante ao vencedor. Um interessante exemplo de canto foi recolhido no depoimento de Seu Carlão:
Genipapo caiu de maduro
Quero ver de fato se esse nêgo é duro

Os cantos constituíam-se geralmente apenas por um refrão cantado em coro, onde as pernadas e
demonstrações de valentia são temas prediletos. Tendo vindo do interior do estado aos dez anos, Toniquinho Batuqueiro relata que o que se cantava na roda de tiririca era geralmente inspirado nas cantigas ouvidas na infância, nas rodas de cururu, jongo, samba rural ou batuque de umbigada. Osvaldinho, por sua vez, atribui forte influência das cantigas cantadas pela avó indígena no seu repertório musical. Desta maneira, sabemos que os cantos e até a dança da tiririca foram influenciados por manifestações originais do interior do estado.
O ritmo batucado, por sua vez, é rasgado, ou seja, numa velocidade acelerada - semelhante à do
samba de roda baiano ou do jongo do interior do estado – que permitia os rápidos movimentos das pernas. Assim, surgem outros ritmos que influenciaram o batuque da tiririca. Procurou-se mostrar assim, que o samba urbano de São Paulo, diferentemente do samba carioca3, cresceu como uma “cultura de rua”, nas praças, estações de trens, largos e ruas menos movimentadas da
cidade, onde os filhos desses migrantes cantavam as canções ouvidas no interior e aprendidas com pais e avós, enquanto batucavam na caixa, seu instrumento de trabalho e tentavam derrubar um ao outro com golpes de perna.
http://www.historal.kit.net/andre_santos_-_teoria_e_metodologia.pdf

Frente Negra Brasileira

A nova abolição‎ - Página 64Petrônio Domingues - 2008 - 182 páginas
mas tinha um grupo de capoeira e um grupo de linha de frente, uma espécie de segurança" (1996, p. 55). Todo trabalho de militância na entidade era .

André Côrtes de Oliveira
Quem é a "Gente Negra Nacional"?
Frente Negra Brasileira e A Voz da Raça (1933-1937)
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Celia Maria Marinho de Azevedo.
A FNB nasceu em São Paulo, em 1931, com reuniões na praça da Sé e, logo, atingiu não só o Estado, mas também Minas Gerais, Espírito Santo, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Sul.4 Sua extinção foi decretada pela medida de Getúlio Vargas que, em 1937, pôs fim a todos os partidos políticos, inclusive a Frente Negra Brasileira, transformada um ano antes em organismo partidário.5 A história de seus fundadores começa com as agitações políticas da década de 1920, na época em que a maior parte deles começou sua militância política. O crescimento acelerado da cidade de São Paulo atraiu para a região migrantes negros do sul de Minas Gerais, do Vale do Paraíba e de outras regiões do interior do estado, como Campinas. Na capital, encontravam um terreno fértil de associações religiosas e recreativas da população negra paulistana.

lunes, 14 de diciembre de 2009

Sao Paulo- Tiririca e Pernada


Germano Mathias
Ilustração para a revista +Soma, 11ª edição.Na seção Versões e Subversões, a revista convida ilustradores para fazer uma versão pessoal para a capa de um disco de sua escolha - no meu caso, o Ginga no Asfalto, do Germano Mathias.Acompanha o texto:Germano Mathias participava das rodas de samba dos engraxates na praça João Mendes, no centro de São Paulo, onde começou a batucar na latinha de graxa (uma marca dele até hoje). Ali, onde se jogava a tiririca - uma forma de sambar dando pernadas para derrubar o outro - achei uma boa imagem para minha versão da capa do disco Ginga no Asfalto, de 1962. Como ele mesmo diz, é o último dos moicanos a fazer o samba sincopado (um estilo de samba diferente, com batidas bem marcadas e com a voz e os instrumentos bastante sincronizados), representando, com seu sotaque carregado, o mais paulistano dos sambistas.2009
Illustration for +Soma magazine, issue #11.In section Versões e Subversões (versions and subversions), the magazine invites illustrators to make personal versions of album covers of their choice -- in my case, Ginga no Asfalto, by Germano Mathias.Includes the text:Germano Mathias used to join the shoeshiners in samba gatherings in João Mendes square -- São Paulo downtown -- where he began to play using cans of shoe polish, still his trademark today. There, where they danced the tiririca -- an expression of samba involving leg moves to knock down the opponent -- I found a good image for my version of Ginga no Asfalto (1962) cover. As Germano himself uses to say, he is the last of the Mohicans to make "samba sincopado" -- a different samba style, with well-defined beats and well-synchronized voices and instruments -- representing, with his characteristic accent, the most traditional samba from São Paulo.contato@andreberger.com.br // 55 (11) 8034 5044

Toniquinho Batuqueiro ensinou Germano a fazer tiririca


O menino do São Benedito, e outras crônicas‎ - Página 262Luís Nassif - 2001 - 452 páginas
... Toniquinho Batuqueiro, ainda vivo, que ensinou Germano a fazer tiririca e dar pernada,

cita sobre pernada: Artes do corpo‎ - Página 179Vagner Gonçalves da Silva - 2004 - 252 páginas
Nessa vale tudo, não é como a capoeira, que só pega mesmo se você se descuidar, ... Pernada, não; era teco no calcanhar, outro na perna e, quando você não

domingo, 13 de diciembre de 2009

1949-RIO Enfrentamiento de Capoeira de Bimba y de Sinhozinho


1949 “O Sensacional cotejo de Capoeiragem”. Jornal dos Sports,
2 de abril: a luta de Luiz Aguiar “Ciranda” (aluno de Sinhozinho)
com Jurandir (aluno de Bimba); “Hoje no Estádio Carioca – o
capoeira carioca Hermanny (capoeira de Sinhozinho) em confronto
como Perez (capoeira de Mestre Bimba)”. Globo Esportivo, 7 abril
de 1949. http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/69.pdf
Caminhos cruzados: a vida e a música de Newton Mendonça‎ - Página 20Marcelo Câmara, Marcelo Nóbrega da Câmara Torres, Jorge Mello, Rogério Guimarães, Newton Mendonça - 2001 - 155 páginas
Tom fazia ginástica com peso e capoeira, quase um "observador" perto de estrelas ... Luiz "Ciranda", campeão brasileiro de levantamento de peso e capoeira; ...

A POLÍCIA E AS POPULAÇÕES "PERIGOSAS" NO INTERIOR PAULISTA, 1880-1900

A POLÍCIA E AS POPULAÇÕES "PERIGOSAS" NO INTERIOR PAULISTA, 1880-1900
Paper preparado para apresentação no IX Congresso Internacional da Brazilian Studies Association Tulane University New Orleans. Louisiana EUA
Karl Monsma
PPG-História e PPG-Ciências Sociais
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)
São Leopoldo - RS
karlmonsma@uol.com.br

No início de 1890, o delegado de Santa Rita do Passo Quatro quis recrutar um liberto por ser "conhecido e afamado desordeiro, individuo turbulento e temivel capoeira."56 O delegado de Ribeirão Preto enviou Benedicto Alves Siqueira porque havia ferido uma pessoa com navalha e "tem incommodado a Policia com exercicios de capoeiragem (...) Durante os trinta e poucos dias, que aqui residiu não se occupou de cousa alguma, e por fim resolveu a andar armado de navalha e declarar que não se temia das autoridades."57
Claramente, não se submeter ao trabalho assalariado era uma das principais características do "vagabundo", mas esses casos também mostram que os delgados se irritavam com a falta de respeito de muitos libertos, além de furtos e desordens a eles atribuídos. A autonomia, a itinerância e o anonimato também incomodavam.
O Chefe de Polícia muitas vezes mandava soltar esses "recrutas", porque o exército e o Corpo Policial Permanente nem sempre precisavam de homens. Ele respondeu a um ofício do delegado de Santa Rita do Passo Quatro:
declaro a V. Sª. que não pode recrutar pessôa alguma para o Exercito, a pretexto de serem desordeiros e de máos custumes, visto não haver ordem do Governo para isso, devendo V. Sª. intimar taes individuos para em não continuar a assim proceder, e no caso de reincidencia, obrigal-os a assignar termo de bem viver.58
Às vezes o próprio Chefe de Polícia não tinha certeza que fazer com os negros presos somente por serem de "ma índole". Em 1890 ele consultou o governador a respeito de um preso em Rio Claro:
Tendo sido preso na Cidade de São João do Rio Claro por capoeira, jogador, turbulento e vagabundo o individuo de nome João Antonio dos Santos, conhecido por Bambú, ex- praça do 7º batalhão de infantaria, onde tinha o numero 58, consulta o delegado de policia daquella Cidade qual o destino que deve dar ao referido individuo. Rogo vos digneis resolver acêrca do assumpto como vos parecer mais acertado.59

56 Ao Chefe de Polícia, 25/02/1890, AESP, CO2721.
57 02/02/1890, AESP, CO2721
58
Esboço, 24/07/1888, AESP, CO2693
59
Chefe de Policia ao Governador do Estado (reservado), 25/08/1890, AESP, CO2725
http://sitemason.vanderbilt.edu/files/lwNnkQ/Monsma%20Karl.pdf

sábado, 12 de diciembre de 2009

Batuque -Boi y Capoeira

carta: 13 DE MAIO - DIA DA ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA
Artículo: A MALANDRAGEM DA MANDINGA.

Seu Manuel hoje con seus 98 anos, criado junto con filhos de ex-escravos no antigo engenho da Cruz, em Iguarape (Cachoeira) , contou-nos numa entrevista que a pesar de nao gostar dançar, apreciaba a festa 13 de maio, por ele chamada de “festa dos escravos” que era realizada naquele vilarejo do Recóncavo. Segundo ele nesta festa tinha capoeira samba e roda de batuque.98 Mestre Gigante nascido em 1920 disse que no seu tempo de menino tamén veio” contecer capoeira em Santo Amaro da Purificaçao, 13 de maio , dia do negros” quando o povo “formava a roda na margem do rio, aquela roda, aquela festa …” contaba entusiasmado.

98-Entrevista realizada com Manuel Aráujo Ferreira , nascido em 1904 em Tanquinho de Feira de Santana, realizada em outubro de 2002 em sua residéncia ……………….O batuque , também chamado batuque-boi, era luta ………ao son de cantigas acompañadas de berimbau,pandeiro e reco-reco; uma espécie de “ modalidade primitiva de capoeira”…………derrubar um ao outro enguanto sambam.


http://www.ppgh.ufba.br/IMG/pdf/A_MALANDRAGEM_DA_MANDINGA.pdf

jueves, 10 de diciembre de 2009

José do Patrocínio atacado por 4 capoeiras.


José Carlos do Patrocínio (Campos dos Goytacazes, 8 de octubre de 1854Río de Janeiro, 30 de enero de 1905) fue un farmacéutico, periodista, escritor, orador y activista político brasileño. Mulato, fue una de las más destacadas figuras del movimiento abolicionista y republicano en Río de Janeiro.

FUENTE recorte:: Revista Ilustrada: 24 abr 1880 n205

viernes, 27 de noviembre de 2009


“Mestre Bimba”, “Campeao da Capoeira ” desafia todos os luctadores bahianos - 16 mars 1936 / Journal A Tarde Bahia

A “capoeira”, esporte exótico, mas interessante, com seu nostálgico, mas sagaz e atilado, de golpes felinos, ultimamente está sendo praticada na Bahia com manifesto interesse geral.Até há pouco tempo não era tão cobiçado o curioso espectaculo. De certa época a esta parte, entretanto, a “capoeira” está sendo apreciada com enthusiasmo, fazendo parte, como números obrigados, de festivaes esportivos.Há dias, noticiando uma dessas exhibições, pedimos ao seu campeão, o mais conhecido delles, uma explicação ao publico, por isso que muita gente não entende patavina dos segredos dessa arte singular de ataque e defeza.Foi por isso que, attendendo ao nosso appel’o, Mestre Bimba (seu nome é Manoel dos Reis Machado) esteve hontem nesta redacção. Vinha dar-nos as explicações pedidas. E estas são, sem dúvida, muito interessantes. Disse-nos elle, pois: ­ Há dezoito annos que ensino capoeiragem. Adaptei vários golpes á chamada capoeira de Angola, praticada por meu mestre, o africano Bentinho. Os golpes do jogo de Angola são estes: meia lua de frente, meia lua de compasso (rabo de arraia), meia lua armada, aú pela direita e pela esquerda, cabeçada, chibata, rasteira, raspa, tesoura fechada, balão, leque, encruzilhada, calcanheira, encruzilhada e deslocamento. Destes golpes ­ proseguiu Mestre Bimba ­ retirei dois: encruzilhada e deslocamento. E accrescentei os seguintes: vingativa, banda traçada, balão em pé, balão arqueado, balão “colar” de força, cintura desprezada, cintura de rins, gravata cinturada, tesoura aberta, a benção, salta pescoço, sopapo, galopante, godeme, cotovello e dentinho.Para evitar enganos e más interpretações e no intuito de tornar os encontros de capoeiragem mais interessantes e mais violentos, todos os golpes e ???? de capoeiragem entrarão em jogo. Os adversários poderão se apresentar com os golpes que conhecerem. Fica assim lançado o desafio aos que praticam ou conhecem a capoeiragem, como também a qualquer outro luctador (jiu-jitsu etc.). O que quizerem. Eu os enfrentarei com minha capoeira! ­ E há golpes prohibidos na capoeira? ­ perguntamos-lhe. ­ Em verdade não deveria existir golpes prohibidos em capoeira, porque é uma lucta instinctiva. Mas como se trata de um assalto cortez, serão considerados golpes prohibidos: dedo nos olhos, pancada nos órgãos sexuaes, dentada e puxamento de cabellos. A capoeira Angola não é para ser praticada em ring, mas com pandeiro e berimbáo, porque todos os golpes obedecem, por dizel-o, aos sons desses instrumentos. Ainda no dia 18 houve, no Parque Odeon, a exhibição entre Bahia e Américo Sciencia, sem decisão. Por que: Simplesmente: capoeira Angola, com os golpes determinados ou regulados pelo berimbáo e pelo pandeiro. Mas a verdadeira capoeira é aquella com que a gente se defende e enfrenta o inimigo! Pois então, em qualquer logar, sou atacado e vou esperar pelo berimbáo para reagir? Nem berimbáo nem pandeiro! A coisa tem que virar mesmo... ­ E sua lucta, naquelle parque, com Zéy?­ Sahi vencedor por 15 pontos contra 2 e não como foi noticiado. Esses pontos são assim contados: cabeçada no aú (derrubada), 3; cabeçada no aú (attingida), 1; cabeçada derrubada, 2; cabeçada attingida, 1; meia lua e armada na face, 1; meia lua e armada attingida, 1; calcanheira, 1; tesoura derrubada, 2; tesoura attingida, 1; balão açoitado, 2; balão arqueado, 2; colar de força, ?; Fiz uma cabeçada no aú (atting.), uma cabeçada attingida, uma meia lua e armada na face, duas meia luas e armada attingida, duas tesouras attingidas, um balão açoitado e um colar de força. Zéy fez apenas uma meia lua e armada attingida e uma tesoura atingida.E mestre Bimba, acompanhado de seu manager, deixou a redacção. Teem os leitores, pois, uma preciosa explicação da capoeira e, ao mesmo tempo, fica lançado o desafio do campeão bahiano aos demais lutadores.
http://www.capoeira-infos.org/ressources/presse/mestre_bimba_campeo.html

miércoles, 25 de noviembre de 2009

1890-RIO-600 Capoeiras deportados a Fernando de Noronha



Afro-latinoamérica, 1800-2000‎ - Página 203George Reid Andrews - 2007 - 378 páginas
En Río de Janeiro, la policía arrestó a más de 600 capoeiristas sospechosos y los envió a la colonia penal de la lejana isla de Fernando de Noronha. ...
O "povo de cam" na capital do Brasil: a escravidão urbana no Rio de Janeiro
http://books.google.com/books?id=7dso1MkgTFsC&printsec=frontcover&hl=es&source=gbs_v2_summary_r&cad=0#v=onepage&q=&f=false

1912-CAMPINAS-Referencia a la Capoeira


?... meteu entre os dedos uma afiada navalha e gingando o corpo à moda capoeira, desafiou a todos que o cercavam a aproximarem-se dele?.
Comércio de Campinas, 23.04.1912, referindo-se à prisão de Benedito Amaral Gonçalves, um preto qualquer, numa rua qualquer, por um crime não identificado.

Epígrafe do trabalho

Discriminações raciais: negros em Campinas (1888-1926)

Dissertação de mestrado de Cleber da Silva Maciel, apresentado no Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, em 1985.

lunes, 23 de noviembre de 2009

Sicretismo religioso y social entre nacionaes Africanas


Da senzala à colônia‎ - Página 288Emília Viotti da Costa - 1997 - 570 páginas
No Rio, ficaram famosos os capoeiras. Formavam maltas que reuniam, às vezes, uma centena de homens. Quando um senhor vendia um escravo da cidade para a ..

domingo, 15 de noviembre de 2009



FOTO: Sordo,Mudo y Ciego

Em 1968 e 1960, foi organizado, no Rio de Janeiro, o I e o II Simpósio Nacional de Capoeira. O evento tinha como principal patrocinador o Ministério da Aeronáutica, através de sua comissão de “desportos”.
Rafael Flores Viana, conhecido nas rodas de capoeira como mestre Rafael, em palestra em Salvador, no teatro Gregório de Matos, enfatiza que, antigamente, não havia as federações de capoeira, até o governo militar entendê-la como um esporte e querer regulamentá-la como a arte marcial brasileira, esporte nacional. A primeira reação do mestre a essa empreitada do Governo, na época, dirige-se para uma expectativa positiva: “Caramba! Pra nós, jovens fascinados pela capoeira, querer ver a capoeira como a arte marcial brasileira regulamentada parecia ser uma coisa boa. Puxa, até que enfim vão reconhecer a capoeira!” [sic] (MESTRE RAFAEL, 2007).
Ele ainda ressalta que encontrou o Mestre Acordeon e convidou-o para participar das primeiras reuniões do grupo responsável para organizar a capoeira sobre essa
matriz:
“Rapaz, o governo federal tá querendo regulamentar a capoeira como esporte nacional. Olha aqui, fazer estatutos, regulamentos, competições, uniformes, uniformizar a capoeira. Estão querendo vestir a capoeira. Eu falei assim: Vamos lá, Acordeom” [sic] (MESTRE RAFAEL,2007).
A idéia de reunir capoeiras em um simpósio foi deste último. Mestre Acordeom acreditava que, antes de regulamentar a capoeira, seria necessário ouvir os sujeitos envolvidos com ela. Ele falou:
É fazer um simpósio, chamar os mestres pra conversar, discutir a capoeira que o espírito dela vai aparecer [...] A aeronáutica deu os alojamentos, deu o avião, comida e mestres de outros lugares apareceram de São Paulo, do Rio de Janeiro pra saber o tamanho da coisa, pra ver se o espírito da capoeira aparecia (MESTRE RAFAEL, 2007).
O encontro tinha um objetivo claro, que era estruturar a capoeira nos moldes esportivos, padronizando o capoeira e seus movimentos, a fim de enquadrá-la no novo paradigma societal.
O simpósio começou. Vamos catalogar todos os golpes da capoeira pra que o nome de um movimento seja conhecido na Bahia, no Sul, no Norte por um nome só. E começou, foi feito um questionário antes, mandado para todos os mestres, o nome dos golpes que eles conheciam e o simpósio começou com a apresentação dos golpes. Martelo! Chamava uma pessoa, apresentava o martelo. Alguém conhece?! O martelo é um movimento que o capoeira se imposta de forma lateral, curva a perna e lança. E alguém apresentou o martelo, assim na altura da cintura. Alguém conhece isso aqui com outro nome? Daí mestre Canjiquinha levantou e falou assim: Peraí, isso aqui também é martelo. Ai deu um martelo abaixo da linha do joelho, na canela do camarada. “Isso aqui também é martelo”, disse Canjiquinha.. Aí o mestre Bimba falou assim: isso não é martelo, isso é pontapé de ignorância.Ai foi aquela risada, aquela discussão. Mestre Caiçara puxou o apito e disse:
Almoço! A parte da manhã está encerrada [sic] (MESTRE RAFAEL, 2007).
........................................... a capoeira, através de uma dialeticidade, vai constituir, com o binômio Educação Física-Esporte, muito além de um modelo, de uma modalidade esportiva, mas toda uma reorganização de sua práxis, o que a ressignificará.
A formatação da capoeira nessa lógica suscitará reprovações, até mesmo de ícones que, em tempos passados, também a ressignificaram. Mestre Rafael confirma isso com o posicionamento final de Mestre Bimba no I Simpósio Nacional de Capoeira, a partir de sua experiência no referido encontro. Vamos pra parte da tarde.
Ai o cara leu, catalogou, leu de novo, catalogou todos os golpes. “Alguém tem aqui algum golpe que não está nessa relação?” Disse o camarada. Apareceu, levantou um mestre do Rio de Janeiro [...] Não tinha tradição, acho que ele queria aparecer.
Então por favor, mostre aqui, disse o camarada. Ai ele levantou e fez assim (nesse momento o mestre Rafael, demonstrando o golpe realizado, levanta e gira o corpo dando uma volta completa). O nome desse golpe é “eu ia”. O mestre Bimba levantou e falou: - Ocê ia, agora quem vai sou eu! Levantou, pegou o ônibus e foi pra Bahia. Acabou o simpósio! (MESTRE RAFAEL, 2007).

Esse acontecimento também é confirmado por outro capoeira, que também é pesquisador e foi aluno do mestre Bimba:
Quando viu os rumos que tomavam o II Simpósio de Capoeira, resolveu partir de volta para a Bahia. Velha figura baiana, verdadeiro ídolo de seus discípulos, personagem freqüente dos livros de Jorge Amado, Bimba, com quase cem anos de idade e uma tradição enorme que ele mesmo criou, sentiu-se magoado quando a maioria dos presentes ao Simpósio começou a falar em unificação, regras e outros “modismos”: A Capoeira Regional que ele criou e deu força não podia desaparecer assim, por causa de uma pretensa evolução (ALMEIDA, 1982, p. 21).
O próprio mestre Rafael arremata essa questão na sua reflexão final sobre o
assunto:
Eu tinha tanta expectativa em ver a capoeira como esporte nacional, como arte marcial brasileira. Demorou um pouco pra cair a ficha. Eu falei: Caramba! Esse é o espírito da capoeira! Ela não aceita ser regulamentada, ela não aceita regras, ela não aceita que se uniformize. Ela valoriza é a diferença! (MESTRE RAFAEL, 2007).Entretanto, em 1972, a capoeira é reconhecida de forma oficial pelo então Ministério de Educação e Cultura, vinculando-se à Confederação Brasileira de Pugilismo (CBP), através do Departamento Nacional de Luta Brasileira (Capoeiragem). Esse fato irá corroborar, de uma vez por todas, a sua institucionalização. Através dessa estratégia, ela será paulatinamente inserida nas modalidades esportivas praticadas em diversos espaços de treinamento físico e de lazer.

lunes, 9 de noviembre de 2009

capoeira, où l'on simule le combat

GRAVURA: FUENTE:Digital:icon395061_73v_238.tifAutor/Criador:Ender, Thomas, 1793-1875.Título:[Estudos de atitudes: capoeira.]Data:[18--].Em:Zeichnungen von schiffen, gräsern und figuren
Ferdinand Denis (1798-1890)
Ferdinand Denis tem sido insuficientemente considerado nos estudos interculturais no contexto euro-brasileiro. É um autor que merece particular consideração pelo número de obras que dedicou ao Brasil e, sobretudo, pela sua particular consideração da natureza dos trópicos. Assume, assim, especial relevância histórica nos estudos atuais que procuram desenvolver estudos culturais de orientação ambiental.
Nascido em 1798, veio ao Brasil em 1816, com dezoito anos, visitando o Rio de Janeiro e a Bahia. Retornou a Paris antes de maio de 1820. A sua estadia cai assim na época da Missão Artística francesa ao Brasil e no período imediatamente anterior à proclamação da independência.
Após o seu retorno, publicou, juntamente com M. H. Taunay, a obra fundamental relativa ao Brasil dos anos 20 do século XIX no mundo de língua francesa: Le Brésil ou Histoire, Moeurs, usages et coutumes des habitants de ce Royaume. A obra, ornamentada com numerosas gravuras de desenhos feitos por M. H. Taunay, foi publicada em 6 tomos em 1821 (I e II) e 1822 (do III ao VI) em Paris, pela editora Nepveu. A colaboração com Hippolyte Taunay, filho do pintor Nicolas Taunay, muito contribuiu à criação de uma imagem romântica do Brasil na Europa do século XIX. http://www.academia.brasil-europa.eu/Materiais-abe-76.htm


Brésil - Resultado de la Búsqueda de libros de Google
de Ferdinand Denis, César Famin - 1837 - History - 416 páginas... un iils nationaux : le banza, le tambour congo , le monocorde de Loango , retentissent sans cesse dans les ...
... qui exprime alternativement les refus et les plaisirs de l'amour; la capoeira, où l'on simule te combat; le landou, qui est passé même sur le théâtre, ...
OTRA FUENTE: http://saladepesquisacapoeira.blogspot.com/2009/07/1838-rio-de-janeiro-capoeirabatuque-y.html
Nota sobre arte marcial de Martinica:
Richesses du français et géographie linguistique‎ - Página 272André Thibault - 2008 - 608 páginas
En Martinique, danse de veillée mortuaire qui simule un combat» Ludwig et al. 2002 sv lagya ; « (afr.) danse-combat d'origine africaine ...

Laamb Senegal


Grabado :"Negroes fighting, Brazil" c. 1824. Painting by Augustus Earle depicting an illegal capoeira-like game in Rio de Janeiro http://en.wikipedia.org/wiki/File:CapoeiraEarle.JPG

Recorte Libro: Les griots wolof du Sénégal‎ - Página 69Isabelle Leymarie - 1999 - 183 páginas
Les champions de lutte traditionnelle ... Sport national wolof ... première phase de la lutte, organisée dans les campagnes à l'époque où le mil et

domingo, 8 de noviembre de 2009

1920-Descripción de un Batuque (Pernada)


Nem Do Morro Nem Da Cidade -‎ - Página 123José Adriano Fenerick - 2005 - 281 páginas
Findo seu recado, chegava-se a um outro, figurava uma coreografia de capoeira terminada cm reverencia, convite para o outro mostrar do que era capaz.

sábado, 7 de noviembre de 2009

batuque

foto: Tiburcio de Jaguaripe (batuquero). Tiburcinho teve por mestre Bernardo José de Cosme
http://voltanomundocapoeira.blogspot.com/2009/08/mestre-tibucinho.html

Márcio Penna Corte Real
AS MUSICALIDADES DAS RODAS DE CAPOEIRA(S):
DIÁLOGOS INTERCULTURAIS, CAMPO E ATUAÇÃO DE
EDUCADORES
Em relação ao batuque
, sabemos que o mesmo foi uma prática competitiva presente nas festas de largo da Bahia. Como a capoeira, teria sido perseguido pela repressão policial decorrente do código penal de 1890. Vieira (1995, p.135) informa mais detalhadamente que:
São raras e geralmente muito vagas as referências a essa instituição na literatura especializada nas tradições nordestinas. Segundo Édison Carneiro (1812: 111- 112), trata-se de um jogo praticado ao som de berimbaus e outros instrumentos, em que o objetivo é derrubar o adversário com o uso de golpes de perna, como rasteiras e joelhadas. Formado um círculo, um dos participantes entra na “roda” e dirige o desafio a outro jogador, enquanto o grupo acompanha o ritmo dos instrumentos com palmas e cânticos. Édison Carneiro afirma, ainda, que o batuque teria sido incorporado à capoeira, inexistindo atualmente como tradição
isolada.


Apesar da referência às fontes esparsas, Reis (1997, p.129 – nota de número 12) informa que:
O batuque baiano, segundo Câmara Cascudo (1988), era uma modalidade da capoeira. O acompanhamento musical assemelhava-se ao dela, com utilização de pandeiros, berimbaus e ganzás, além do que entoavam-se cantigas. A luta envolvia dois jogadores por vezes, os quais deveriam unir as pernas com firmeza e aplicar rasteiras um no outro. O principal era evitar cair e “por isso mesmo era comum ficarem os batuqueiros de banda solta, isto é, equIlibrado numa única perna, a outra no ar, tentando voltar à posição primitiva (...).”No documentário, antes citado, Moura (1968), ao entrevistar o batuqueiro Tiburcinho, questionou-o sobre a utilização do berimbau no batuque. Pelo menos, no depoimento do entrevistado, a informação de que o berimbau é utilizado no batuque não foi confirmada:
Moura: Você aprendeu batuque com quem? Quem foi seu mestre de batuque?
Tiburcinho: Meu mestre de batuque foi Bernardo.
Moura: O Bernardo José de Cos?
Tiburcinho: É.
Moura: E ele era da onde?
Tiburcinho: da Bahia. (...)
Moura: O batuque era acompanhado por quê? Gunga62, não?
Tiburcinho: Não.
Moura: Não?
Tiburcinho: Não. Era pandeiro.
Esta personagem, chamada Mestre Bimba, que ficaria conhecida pela criação da Capoeira Regional, nasceu em 23 de novembro de1899, na cidade da Bahia de Todos os Santos – Falcão (2004) e a publicação da UCSAL (2003), que já citei, informam este ano, de 1899, como sendo de nascimento do Mestre.
Há uma outra data atribuída a seu nascimento, que é mais divulgada entre os pesquisadores (cf. REIS, 1977; VIEIRA, 1995; REGO, 1968), de acordo com a explicação, que consta na Revista Memórias da Bahia, num breve relato no qual o Mestre é comparado a um rei (UCSAL, 2003, p.14, grifos meus), é esclarecido o seguinte:


“Os negros cantam suas lutas misteriosas.” Este é o título da reportagem em que o procurador judicial Ramagem Badaró descreve maravilhado a luta, na revista Saga de agosto de 1944. na matéria, Bimba aparece identificado como “O grande rei negro do misterioso rito africano.” Um reconhecimento que, pouco a pouco, se alastrava pelas ruas e becos da província da Bahia, mas que começara anos antes, em 23 de novembro de 1899 (ele tinha outra certidão em que constava 1900), no Engenho Velho de Brotas, pouco mais de uma década após a abolição da escravatura.62 Gunga é chamado o berimbau de som mais grave, grosso modo, som mais grosso, nas rodas
em que há a presença de três berimbaus, sendo os demais de som médio e agudo. Às vezes,
como é o caso acima, gunga também é usado para designar o instrumento berimbau, em geral.
Na Capoeira Regional, criada por Mestre Bimba, convencionou-se a utilização de apenas um
berimbau na animação da roda de capoeira.




lunes, 2 de noviembre de 2009

Competiçoes de Batuque


Cacique de Ramos: uma história que deu samba‎ - Página 110 Carlos Alberto M. Pereira - 2003 - 172 páginas.As nossas manifestações populares têm como pontos altos o samba, as rodas de capoeira, as competições de batuque,

UNESCOM - Congresso Multidisciplinar de Comunicação para o Desenvolvimento Regional

São Bernardo do Campo - SP . Brasil - 9 a 11 de outubro de 2006 - Universidade Metodista de São Paulo.


(pág3)

Grande batuqueiro da época foi Tibúrcio José de Santana, (década de 50, em Jaguaripe) quando, em entrevista, confirmou o nome de batuqueiros famosos com os quais conviveu e lutou 6 : Lúcio Grande (Nazaré das Farinhas), Pedro Gustavo de Brito, Gregório Tapera, Francisco Chiquetada, Luís Cândido Machado (pai de Bimba), Zeca de Sinhá Purcina, Manoel Afonso (de Aratuípe), Mansú Pereira , Pedro Fortunato , Militão, Antônio Miliano, Eusébio de Tapiquará (escravo da família Abdom em Jaguaripe). Segundo Édison Carneiro7, ...a competição mobilizava um par de jogadores de cada vez.
Havia golpes como a encruzilhada em que o atacante atirava as duas pernas contra as pernas do adversário, a coxa lisa, em que o jogador golpeava coxa contra coxa, acrescentando ao golpe uma raspa, o baú, quando as coxas do atacante davam um forte solavanco nas do adversário, bem de frente. No século XVIII, constituído de instrumentos de percussão (membranofones, idiofones), o Batuque surgiu com esta designação, em conseqüência da homologação entre os atos do .bater., verificados, tanto na forma primitiva do candomblé - o batucajé na Bahia, dança religiosa de negros ( onde os atabaques marcam o ritmo para o contato com as divindades) 8, quanto numa modalidade de capoeira, o famoso batuque-boi ou pernada (ou batuque), luta popular de origem africana muito praticada nos municípios de Cachoeira, Santo Amaro e Salvador, acompanhada de pandeiro, ganzá, berimbau ( o único cordofone + idiofone, como exceção), e cantigas. É de procedência banto como a capoeira.
6 MOURA, J. - Mestre Bimba. Salvador (BA): Prod. Zumbimba, 1993, p. 43.
7 CARNEIRO, E..A Sabedoria Popular. Rio de Janeiro: Edição de Ouro (1948), Civilização Brasileira, 1978.
8 RAMOS, A. - O negro Brasileiro - Rio de Janeiro: Editora CASA - Est. do Brasil, 1934 - p.162.
http://encipecom.metodista.br/mediawiki/images/3/34/GT2-_FOLKCOM-_04-_Fundamentos_da_Cultura_Musical_-_Nicia.pdf

domingo, 1 de noviembre de 2009

SAMDA DURO,PERNADA,BATUQUE E CAPOEIRAGEM



RECORTE LIBRO: Orestes Barbosa: repórter, cronista, e poeta‎ - Página 349Carlos Didier - 2005 - 684 páginas
... espécies de banda, de frente, em cruza e jogada, GOLPES DE CAPOEIRAGEM
Novo dicionário banto do Brasil‎ - Página 37Nei Lopes - 2003 - 260 páginas
BANDA [3] sf Pernada - Abon. "... um dos golpes do batuque ...
Novo dicionário banto do Brasil‎ - Página 198Nei Lopes - 2003 - 260 páginas
SAMBA-DURO, sm Uma das denominações da batucada ou pernada carioca. SAMBA-EM-BERLIM, sm Bebida preparada com cachaça e coca-cola (BH) - A bebida



Novo dicionário banto do Brasil‎ - Página 40Nei Lopes - 2003 - 260 páginas
BATUCADA.....(4) Denominação do jogo da pernada carioca: " Abre a roda, meninada / que o samba virou batucada" (de um refrão tradicional) - De ...

viernes, 30 de octubre de 2009

Rodas de Pernada


História social da música popular brasileira‎ - Página 275José Ramos Tinhorão, Alexandre Barbosa de Souza - 1998 - 365 páginas
... batuque da Festa da Penha, ou dos pontos de reunião de capoeiras especialistas ... passaram a ser as casas das famílias dos baianos mais bem sucedidos

Miguelzinho da Lapa,samba-duro,batucada,pernada y capoeira

A revolta do boêmio: a vida de Nelson Gonçalves‎ - Página 111Marco Aurélio Barroso - 2001 - 374 páginas
Perceba-se que falamos de Camisa Preta e não de Miguelzinho. ... Já Miguelzinho, segundo Madame Satã, era campeão sul-americano de capoeira. ...
Padeirinho: retrato sincopado de um artista‎ - Página 18Franco Paulino, Padeirinho - 2005 - 216 páginas
No jogo da pernada, outro estilista de respeito foi Marcelino. ... Miguelzinho da Lapa e outras figuras veneradas no seio da malandragem. ...
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Dança do samba: exercício do prazer‎ - Página 11José Carlos Rego - 1994 - 102 páginas
Os estilos de pernada ou da banda, como a chama o carioca, sao os seguintes: o baú, que consiste em dar um ...
Vista de fragmentos - Acerca de este libro - Añadir a mi biblioteca
Leão-de-chácara‎ - Página 35João Antônio - 2002 - 181 páginas
... que mesmo sem ela e sem o soco inglês, só na pernada, na cabeçada e na capoeira, ... Madame Satã, Camisa Preta, Miguelzinho da Lapa, Saturnino, ...
Vista de fragmentos - Acerca de este libro - Añadir a mi biblioteca - Más ediciones
10 contos escolhidos‎ - Página 102João Antônio - 1983 - 220 páginas
... que mesmo sem ela e sem o soco inglês, só na pernada, na cabeçada e na ... Camisa Preta, Miguelzinho da Lapa, Saturnino, João Cobra, Nélson Naval, ...
Vista de fragmentos - Acerca de este libro - Añadir a mi biblioteca - Más ediciones

jueves, 29 de octubre de 2009

foto: Vila Pereira D'Eçatocadoras tambor

OS CAPOEIRAS: REPRESENTAÇÕES NA IMPRENSA E NA INTELECTUALIDADE DO SÉCULO XIX
Samantha Eunice de M. Marques Pontes
Biblioteconomia e Documentação (UFF) e Mestranda em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
E-mail:
pegui@click21.com.br
.............No dia 17 do corrente fugiu um escravo por nome Manuel, da nação Cabinda, estatura ordinária, rosto meio redondo, beiços grossos, olhos pequenos, bastante asibichado de cor, com tornozelos grossos, e com cicatrizes nas pernas de chagas. Costuma andar pela rua da Vala com outros capoeirando; quem o apanhar e levar à rua Direita 16, será bem recompensado.
Diário do Rio de Janeiro 24 fevereiro 1826


Os batuques e outras festas negras tornam-se constantes e espalhadas por diversas freguesias, ambiente onde a prática da capoeira se populariza. A partir de 1830, no entanto, essas comemorações passam a ser cerceadas, “Para os pretos conseguirem realizar seus batuques, a cadeia de acordos pessoais tinha que funcionar: era preciso que um senhor, proprietário da casa, permitisse, a vizinhança concordasse e alguma autoridade supervisionasse” (ABREU, 1994, p.6).

miércoles, 28 de octubre de 2009

1920-33,enfrentamientos de BATUQUE


Orestes Barbosa: repórter, cronista, e poeta‎ - Página 349Carlos Didier - 2005 - 684 páginas
Sempre ao som do ritmo nas palmas das mãos e da cantoria: Derruba, ê, ... Na batucada, quem planta tenta escapar da pancada. Se não consegue, cai

jueves, 22 de octubre de 2009

Batuque ,Samba Dura,Pernada


LIBRO:Padeirinho Escrito por Franco Paulino, Padeirinho .http://books.google.es/books?id=KS5zhvlgtl0C&printsec=frontcover&source=gbs_v2_summary_r&cad=0#v=onepage&q=&f=false





Nota:Zuma fue un importante inventor de esta nueva capoeira carioca y afirmó que varios golpes fueron extraídos de los “batuques” y “sambas”, como en el caso del “baú”. Se trata de un golpe dado en el adversario con la barriga, siendo similar a los movimientos del “samba de ombligada”. El “baú” tam- bién era usado durante los “batuques lisos”, segundo Zuma, los más delicados. El “rapa” habría sido un golpe usado en los “batuques pesados”. Él también explica los golpes de “en- gaño”, que servían solamente para burlar al adversario.






Recorte libro:
Padeirinho: retrato sincopado de um artista‎ - Página 18 de Franco Paulino, Padeirinho - 2005 - 216 páginas
... Miguelzinho da Lapa e outras figuras veneradas no seio da malandragem



Lapa do desterro e do desvario: uma antologia‎ - Página 142 de Isabel Lustosa, Aluísio de Azevedo - 2001 - 225 páginasEra parceiro inarredável de Meia-Noite o campeão sul-americano de capoeira Miguelzinho da Lapa. Ao enterro de Meia acorreram, a rigor, todas as variedades

ENTRE O BATUQUE E A NAVALHA

Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas ,Curso de Pós-Graduação em Sociologia Urbana
ENTRE O BATUQUE E A NAVALHA
Fábio Oliveira Pavão
Rio de Janeiro, Junho de 2004
Capítulo 03 - A “Violência horizontal”
3.1 – Violência e classes populares
Para coibir o “Capoeira”, o código criminal do império, de 1830, determinava que era proibido “fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e destreza corporal conhecidos pela denominação de ”capoeiragem”. Uma outra passagem do código estabelecia a proibição de “andar em correrias, com armas ou instrumentos capazes de produzir uma lesão corporal, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal” (Fausto, 1983:200).
A temível presença do “Capoeira” se estendeu de fins do século XVIII até o início do século XX. De sua influência, surgiram a banda e a figura do Batuqueiro, que herdou o brinco como símbolo da valentia (Araújo: 1978: 27).
Hiram Araújo (2000), apresenta o cenário das chamadas rodas de batuque, populares entre as classes pobres do Rio de Janeiro:
De repente, era uma navalha que brilhava a luz dos lampiões e um batuqueiro que caía ensangüentado, enquanto o coro abafava os gemidos da vítima cantando: ‘pau rolou...caiu!
Lá nas matas ninguém viu...’ (pg.148)
As rodas de batucada, este divertimento associado à violência, serão analisadas mais adiante, porém, vale a pena nos anteciparmos um pouco e conferir a definição de Sandroni para esta prática:
Um jogo de destreza corporal, variante da capoeira, que foi popular no Rio de Janeiro. Pode ser considerada também como uma variante do samba-de- umbigada definido por Carneiro, pois consistia numa roda, como os usuais cantos responsoriais e palmas dos participantes, onde a umbigada era substituída pela pernada, golpe com a perna visando derrubar o parceiro, o qual, se conseguisse se manter de pé, ganhava o direito de aplicar a próxima pernada no parceiro que escolhesse. A batucada se diferencia dos outros sambas-de-umbigada por sua componente violenta (2001:103).
Capítulo 04 – O “espetáculo da malandragem”
4.1 – O palco e seus atores

Uma das formas mais comuns de expressões lúdicas é o “desafio”, onde a passagem para uma situação de agressão é rápida e contínua. Nele “amigos metamorfoseiam-se em inimigos no curso de brincadeiras que, insensivelmente, derivam para desavenças, constituindo umas e outras quase que formas polares de expressão do mesmo tipo de relações”. O “desafio” que aparece nas
situações lúdicas, nos centros de sociabilidade das classes pobres, forma um elo de ligação entre diversão e agressão. Nessas classes, na interpretação de Franco, os temas de recreação estariam baseados principalmente no confronto entre personalidades que se medem (1974: 38,39 e 40).
Esses confrontos aparecem, por exemplo, quando analisamos as famosas rodas de batuqueiro, como Candeia Filho (1978) nos mostra:
O samba-duro é um tipo de samba partido alto. Caracteriza-se pela violência em suas apresentações. Formavam-se círculos com o ritmo marcado pela palma da mão. O mais importante não era o samba de partido alto cantado, mas sim, a ginga do malandro, a rasteira ou pernada surgida da brincadeira. O samba-duro também chamado de roda de “batuqueiros”, existia na Balança (Praça Onze), nas festas da Penha (1978:57).
Nas “rodas de batuqueiro”, assim como nas demais manifestações da Praça Onze, o “desafio” se fazia presente como forma de disputa entre amigos, muitas vezes através da violência. O confronto revelava atributos destacados da personalidade, propiciando a valorização de aspectos como valentia, coragem, força e outros valores.
Ari Araújo, por sua vez, apresentou um pouco do que acontecia nas antigas disputas entre batuqueiros:

“O ponto de honra era não cair. Era tornar-se conhecido como perna santa, ou seja, aquele a
quem ninguém consegue derrubar venha como vier: de banda de frente, banda jogada, banda de lado, etc. (1978:27).
http://209.85.229.132/search?q=cache:ffz_I2-8ARUJ:www.academiadosamba.com.br/monografias/fabiopavao-1.pdf+competi%C3%A7oes+de+batuque&cd=12&hl=es&ct=clnk