(pág 91-92) Negros traziam ás costas grande tambores, experimentavamnos aos burunduns á soalha num precipitado reba-ter de mãos ; outros sobraçavam violas eumastradas, ponteavam cavaquinhos. E, já excitados com a idéa do batuque, á noite, saltavam corcoveando, sapateavam batendo os pés ligeiros. Cantos tristes, guaiados, partiam de pontos varios, ás vezes interrompidos por um riso em guincho que ia crescendo communicativamente e estrondava em gargalhada como uma centelha alegre que, levada de palhal a restolho, fosse pegando, accendendo chammas, levantando labaredas e expluisse em incêndio. Dois negros moços, robustos, empenharamse em luta de agilidade e, destros, aos pulos, trocavam golpes de mãos, atiravam-se cambapés rasteiros.
Um abalou em fuga, o adversário pôz-se-lhe na peugada, alcançou-o. Rolaram ambos, a rir e a cainçada, espertando com a alegria, lançou-se por ali fora de corrida, engalfinliando-se, travando-se em bolo, a estrafegar-se rosnando. Um cão partia, outro, e logo todos, em fila, correndo desapoderados, fazendo voltas e negaças por entre os canteiros floridos.
FUENTE: Rei negro : romance barbaro (1912), Author: Coelho Netto, Henrique, 1864-1934, Subject: Portuguese literature, Publisher: [Portugal] Porto : Livraria Chardron de Lello & Irmão
jueves, 27 de enero de 2011
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