jueves, 15 de octubre de 2009

1930-RIO- Batuque canto y lucha (competición entre compositores)

NOTA DEL PESQUISADOR: batuque ,verdadeira competição entre os compositores de improviso

Nem Do Morro Nem Da Cidade -‎ - Página 123de José Adriano Fenerick - 2005 - 281 páginas
De repente um dos que puxavam o batuque lançou, despreocupado de ritmo e melodia, uns versos que davam arrepio: É ordem do rei, É ordem do rei Pra matar .
ARTÍCULO:

As palavras de Edison Carneiro em “Antologia do Negro brasileiro” justificam por si sós qualquer estudo que se possa fazer da escravidão no país, “A presença inconfundível do negro, com efeito, invade todos os setores da nossa vida social. As nossas manifestações populares têm como pontos mais altos o samba, as rodas de capoeira, as competições de batuque, as congadas, as eleições de reis do Congo e de juízes de Angola, o folguedo dos quilombos, os maracatus, o frevo, o bumba-meu-boi, os ternos e ranchos, os louvores a São Benedito, em que a influência do negro é decisiva. O homem negro aumentou o quadro religioso da nacionalidade, incorporando ao inconsciente coletivo figuras legitimamente africanas como os deuses Xangô e Ogum, as ninfas Yemanjá e Nanan, os espíritos irrequietos como Exu, até mesmo deuses já tomados de empréstimo a outros povos, como Alá. De um extremo a outro do país encontramos o traço religioso especial do negro no tambor de Mina do Maranhão, nos xangôs de Pernambuco e Alagoas, nos candomblés da Bahia, nas macumbas do Rio de Janeiro, nos paras de Porto Alegre. O negro estendeu a sua influência religiosa a outras religiões e seitas, adaptando-se ao espiritismo com as sessões de caboclo, pondo características fetichistas no catolicismo popular. (...) Produziu o traja característico da baiana e o
camisu dos malês. Trouxe para a culinária nacional pratos de agradabilíssimo sabor, como o vatapá, o caruru, o efó, o acarajé, quebrando a monotonia da carne na dieta do brasileiro. (...) O negro o mulato – os homens abandonados dos morros, das favelas, dos bairros insalubres da cidade – exprimiram o seu sofrimento, a sua desesperança, mas também a sua vontade de viver, na batucada, no maxixe, no choro e no samba- no samba-choro, no samba-canção, no samba de breque, no samba batucada – que hoje são patrimônio comum dos brasileiros.
“Enfim, o negro contribuiu, para o progresso da nação, como um elemento de união, de trabalho, de alegria.”2

2 Edison Carneiro, “Antologia do negro brasileiro”, Rio de Janeiro: Agir, 2005. páginas 9-10.

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